A Ressurreição, luz da fé

Fonte: Distrito de Espanha e Portugal

Eis que a luz de Nosso Senhor, que nos parecia ter desaparecido para sempre, regressa e aparece na noite de Páscoa. Nosso Senhor disse: «Ego sum lux mundi. Eu sou a luz do mundo» (Jo 8, 12). «Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!» (Lc 12, 49). Pois bem, da mesma forma, surgiu uma luz na noite, e esta luz incendiará toda a terra.

Todas as nossas luzes estavam acesas, iluminadas pelo fogo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que imagem desse fogo pascal que deve ser comunicado às nossas almas, o fogo da caridade de Nosso Senhor! Assim nasce-nos uma grande esperança: Nosso Senhor não está morto para sempre, Nosso Senhor vai ressuscitar. E, no entanto, também aqui os Apóstolos duvidaram.

Basta ouvir as palavras dos discípulos de Emaús: «Nos sperabamus. Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia. Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram. Et nihil invenerunt» (cf. Lc 24, 21-24).

Não seremos nós, também, um pouco como aqueles Apóstolos e aquelas mulheres? Não encontramos nada. Procuramos, procuramos Nosso Senhor e arriscamo-nos a não encontrar nada. Bem, isso é porque nos falta a fé!

† Marcel Lefebvre, 14 de Abril de 1974