A carne divina é o verdadeiro pão que desce do céu; este Pão, este corpo do Homem-Deus é despedaçado, ensanguentado; os judeus pregam-no a uma árvore para que Ele seja trespassado pela dor e, ao mesmo tempo, esta árvore é completamente banhada no Seu Sangue. Sobre esta madeira é sacrificado o Cordeiro de Deus; e por este sacrifício participamos do Pão celeste, que é ao mesmo tempo a carne do Cordeiro e a nossa verdadeira Páscoa.
A FIGUEIRA AMALDIÇOADA
Neste dia, Jesus regressa a Jerusalém de manhã cedo. Ele quer ir ao templo e confirmar lá os seus últimos ensinamentos. Ele prevê claramente que o fim da sua missão está prestes a começar. Ele próprio acaba de dizer aos seus discípulos: "Dentro de dois dias será celebrada a Páscoa e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado". 1] Os discípulos, caminhando com o seu mestre no caminho de Betânia a Jerusalém, ficaram surpreendidos ao ver a figueira que Jesus tinha amaldiçoado no dia anterior. Tinha murchado como um tronco cortado, desde as raízes até às folhas. Pedro aproxima-se de Jesus e diz: "Mestre, olha para a figueira que amaldiçoaste; ela murchou". Jesus aproveita a ocasião para nos ensinar que a matéria está sujeita ao espírito quando o espírito é mantido junto de Deus pela fé e diz: "Tende fé em Deus; em verdade vos digo: Quem disser a esta montanha: Levanta-te, e lança-te no mar, e não duvidarás no seu coração, mas crerás que tudo o que ele disser lhe será feito, tudo lhe será feito. Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na vossa oração, crede que as recebereis, e elas vos serão dadas".
JESUS NO TEMPLO
Enquanto Jesus continuava o seu caminho, logo entrou na cidade, e logo que chegou ao templo, os principais dos sacerdotes, os escribas e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram-lhe: "Por que poder fazes estas coisas, quem te deu tal poder? Podemos ver no Santo Evangelho a resposta de Jesus, assim como os vários ensinamentos que ele deu por ocasião deste encontro. Não fazemos mais do que indicar, de uma forma geral, o uso que o nosso divino Redentor fez das últimas horas da sua vida mortal; a meditação sobre o Evangelho fornecerá aquilo que não dizemos.
Tal como nos dias anteriores, Ele deixou a cidade à noite, e, atravessando o Monte das Oliveiras, retirou-se para Betânia com a sua Mãe e os seus amigos.
Hoje, na Missa, a Igreja lê o relato da Paixão segundo São Marcos. Por ordem cronológica, o Evangelho de São Marcos foi escrito depois do de São Mateus: Por esta razão, a Paixão segundo São Marcos é dada o segundo lugar. É mais curta que a de São Mateus e parece ser um resumo da mesma; mas encontramos nela alguns detalhes que são próprios deste Evangelista e mostram-nos as notas de uma testemunha ocular. Todos sabemos, de facto, que São Marcos foi discípulo de São Pedro e que escreveu o seu Evangelho sob a direcção do Príncipe dos Apóstolos.
Em Roma, a Estação é celebrada na Igreja de Santa Prisca.
