Isaías, o profeta preciso e eloquente sobre as provações do Messias, revela-nos hoje os sofrimentos do nosso Redentor e a paciência com que Ele suportou os maus tratos dos seus inimigos. Jesus aceitou a missão de vítima universal e nenhuma dor ou humilhação O dissuadirá da Sua decisão. "Não escondi o meu rosto do insulto e da cuspidela". Os anjos estão perplexos perante um rosto tão augusto, desfigurado e indignado por estes infelizes. Prostremo-nos com eles e peçamos perdão porque os nossos pecados foram a causa do martírio desta vítima divina.
A FIGUEIRA AMALDIÇOADA
Jesus regressou a Jerusalém com os seus discípulos muito cedo pela manhã. Tinha começado a jejuar e, segundo o Evangelho, a meio da sua viagem, sentiu fome. O Senhor vem a uma figueira: ela não tem mais do que folhas. Querendo dar-nos uma lição, Jesus amaldiçoa a figueira, que murcha imediatamente. Ele anuncia então o castigo daqueles que se contentam com os bons desejos sem produzir frutos de conversão. A alusão a Jerusalém não foi menos contundente. Esta cidade, cheia de zelo pelo culto exterior, tinha corações teimosos e endurecidos; não demoraria muito até que o Filho de Deus, de Abraão, Isaac e Jacob, fosse rejeitado e crucificado.
Ele passou grande parte do dia no templo, onde Jesus discutiu longamente com os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo. Falou com uma veemência inusitada, e desmarcou as suas perguntas insidiosas. Ver capítulos XXI, XXII e XXIII em que São Mateus sublinha a veemência dos seus discursos em que apóstrofa com crescente energia o crime da sua infidelidade e a terrível vingança que isso trará.
CASTIGO DE JERUSALÉM
Finalmente Jesus deixou o templo e foi para Betânia. Tendo chegado ao Monte das Oliveiras, de onde se avistava a cidade, sentou-se por um momento. Os seus discípulos aproveitaram este descanso para lhe perguntar quando teriam lugar os castigos que ele tinha acabado de prever contra o templo. Então Jesus, vendo num globo profético os desastres de Jerusalém e as calamidades do fim do mundo, pois o primeiro destes infortúnios é a figura do segundo, anunciou que aconteceria quando o pecado tivesse atingido o seu apogeu. Relativamente à destruição de Jerusalém Ele fixou a data quando disse: "Em verdade vos digo que esta geração não passará, a não ser que todas estas coisas sejam cumpridas. 2] E assim foi; tinham passado apenas quarenta anos quando os exércitos imperiais, preparados para exterminar o povo deicida, montaram as suas tendas no topo do Monte das Oliveiras, no próprio local onde agora se encontrava o Salvador, e dali ameaçaram a ingrata e desprezível Jerusalém. Após uma longa conversa sobre o julgamento final em que todos os homens serão julgados, Jesus entra em Betânia e consola com a sua presença o coração trespassado da sua Mãe Santíssima.
A Estação de Roma é celebrada na igreja de St. Praxedes. Esta igreja, para além de 2.300 corpos de mártires retirados das catacumbas e aí depositados no século IX pelo Papa São Pascal I, possui a coluna sobre a qual o Salvador foi flagelado, uma importante relíquia da Cruz Verdadeira, três espinhos da Coroa, doados por São Luís, e as relíquias de São Carlos Borromeo.
